Qual barco, em mar revolto naufragado,
Já sem rumo, sem mastros e sem vela,
Também me via eu atormentado,
Sem forças p’ra lutar contra a procela.
Eu que em paz e amor fora criado,
Abraçando a vida, sorridente e bela,
Num turbilhão me vejo arrastado,
Em noite escura, sem qualquer estrela!
Exangue, estrangulado e aflito,
Na minha solidão, lancei um grito,
Misto de angústia, desalento e dor.
Esse ai pungente, o vento a ti levou;
- Com ternura te ouvi dizer: “ cá estou”
-E fui salvo por ti, ó meu Amor !...
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